Mas a educação e o exemplo dos pais são fundamentais nessa formação |
Ver uma criança dividindo o brinquedo com sorriso no rosto é uma cena rara, não é mesmo ? Apesar de parecer estranho, crianças de até 2 anos são mais felizes quando oferecem do que quando recebem algo.
A conclusão é de uma pesquisa da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá. Durante o estudo, os cientistas ofereceram biscoitos e mimos às crianças de até 24 meses. Após um tempo, os pesquisadores pediram a elas que entregassem os agrados recebidos a bonecos de fantoches.
As reações foram gravadas e incluídas em um ranking de felicidade. Quando as crianças dividiram o biscoito ou o mimo como o fantoche, elas estavam mais felizes do que quando receberam os agrados.
Para os pesquisadores, o comportamento mostra que a sensação de recompensa ao dar algo para alguém é mais gratificante do que ao receber. "As pessoas tendem a assumir que as crianças são naturalmente mais egoístas. Mas esses resultados mostram que elas são realmente mais felizes ao oferecer algo a alguém", diz Lara Aknin, co-autora do estudo.
Para a psicóloga Patrícia Spada, pesquisadora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), ao contrário do que muitas pessoas pensam, as crianças não são egoístas quando não querem compartilhar naturalmente o que é delas. Esse é um comportamento inconsciente que faz parte do desenvolvimento e da formação da personalidade.
Ao ver uma criança entregar espontaneamente algo para um amigo é fácil acreditar que ela é generosa. Mas se a ela se rejeitar a compartilhar o objeto seja ele qual for, lá vem o estereótipo de egoísta. "É preciso ir devagar com essas idéias", alerta a psicóloga.
A primeira criança até pode ter, de fato, um temperamento mais generoso, mas a educação e o exemplo dos pais é determinante para ajudá-la a compreender que é possível compartilhar e se sentir satisfeita com a atitude.
Para os cientistas, o fato de as crianças sentirem-se mais satisfeitas ao compartilhar algo do que ao receber demonstra que a alegria de ajudar aos outros está profundamente enraizada na natureza humana. Tomara que eles estejam certos !
Fonte: Revista Crescer
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