Um dia desses, relembrando com minha mulher o momento em que nosso filho nasceu, meus olhos se encheram de lágrimas de repente, e fiquei com a voz embargada no meio da conversa. No mesmo instante, nosso bebê de 5 meses parou de mamar e olhou para mim com carinha de assustado. Pode ter sido só coincidência, mas nos últimos anos a ciência me deu vários motivos para achar que ele entendeu o que eu estava sentindo.
E não é porque "essa moçadinha de hoje" é mais esperta. Ao contrário do que diz a lenda urbana, os bebês do século 21 não são pequenos Einsteins. A explicação é mais simples : para se encaixar na complexa vida social do Homo Sapiens, é importante já nascer sabendo uma série de coisas. Psicólogos e neurocientistas estão descobrindo que o cérebro dos bebês não é uma página em branco. É um computadorzinho que já vem de fábrica com várias das regras sobre o funcionamento do mundo e das pessoas, pronto para absorver conhecimentos sobre o mundo à sua volta.
O repertório dos bebês é eclético : engloba fundamentos de matemática e física, facilidade para línguas, inteligência emocional e, pasme, filosofia moral. (Ao menos, preferência clara por mocinhos e aversão a bandidos). Como acontece na vida adulta, meninos têm algumas capacidades mais aguçadas, enquanto meninas os superam em outras.
É claro que nem todas as habilidades se manifestam ao mesmo tempo e com a mesma intensidade, mas os estudos mais recentes deixam claro que nossos bebês não tem nada de bobinhos: nós é que não estávamos prestando tanta atenção neles quanto eles estavam prestando em nós.
Fonte : José Lopes (revista superinteressante)
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