terça-feira, 29 de maio de 2012

Engenharia impulsiona esporte britânico

Tanque de provas, túnel de vento, câmeras e softwares. Embora não pareçam equipamentos de treino, esses recursos de engenharia ajudam na preparação de atletas britânicos para a Olimpíada e podem fazer a diferença, em fração de segundos, na disputa por medalhas.

Os anfitriões dos Jogos deste ano são ambiciosos. Competidores de alta performance do ciclismo, da vela, do automobilismo e da natação têm incrementado seus treinos com apoio da Universidade de Southampton, no sul da Inglaterra, de olho nos Jogos de 2012. Os projetos podem reunir técnicas aeroespaciais, automotivas e da arquitetura naval.

Desde 2005, o laboratório de engenharia de desempenho esportivo da universidade é um dos parceiros da UK Sport - agência do governo britânico responsável pelo investimento de 100 milhões de libras (cerca de R$327,84 milhões) por ano em esporte, incluindo performance, segundo Naomi Stenhouse, coordenadora de pesquisa e inovação do orgão. "Temos um interesse de longo tempo em pesquisa de alto desempenho em iates e carros de formula 1 e Indy. Também temos infraestrutura, como o complexo de túneis de vento, um dos únicos do país, e acesso a tanques de provas, além do conhecimento para usá-los da melhor forma. Buscamos combinar fundamentos da física por trás do esporte, com análise computacional, simulação e experimentos, adaptando os sistemas sob medida, para maximizar a capacidade do atleta", resume o doutor Dominic Hudson, professor de ciência naval em Southmpton.

 Nas piscinas, o Brasil pode esperar concorrência forte dos donos da casa. Em um dos projetos mais recentes do laboratório, Hudson e estudantes de PhD aplicam seus conhecimentos para impulsionar a natação. Dos 38 nadadores da Grã-Bretanha oficialmente selecionados para competir em Londres, 35 passaram por 45 sessões de teste nas instalações - mas os pesquisadores não revelam nomes, nem detalhes das estratégias para surpreender os adversários. Inicialmente, a idéia do projeto era minimizar o efeito da proibição dos "supermaios" - que garantiam um melhora de 2% no desempenho do nadador.

Câmera e sensores na piscina
Para recuperar esse ganho dentro dos regulamentos das entidades esportivas, o grupo de pesquisadores aplicou a mesma ciência de navios para a natação, procurando medir resistência e propulsão - desafios clássicos do design naval. Na projeção de um navio, se examina a relação entre o formato do casco e como melhor impulsioná-lo na água com o mínimo de força. Essa abordagem está sendo usada pelos pesquisadores nos atletas.

Todas as informações coletadas são reunidas por um computador central, que mede velocidade do atleta, força e ondas. Com uma câmera na margem da piscina, acompanhando as braçadas, os pesquisadores podem ver a forma do corpo na água e os padrões de movimento. Outro equipamento meda a altura das ondas, o que permite ainda calcular a resistência das ondas que estão sendo criadas.
Ainda em fase experimental, sensores sem fio colados nos atletas mandam informações sobre como seus corpos trabalham na água. Na analise dos dados, o treinador e o atleta identificam o que gostariam de mudar na técnica, podem alterar treinos e depois retestar, checar se houve melhora no desempenho.
" Foi um passo transformador para o treinamento. Atleta e técnico puderam ter um tipo de detalhe que nunca tiveram antes, informações que eles geralmente não tem em um ambiente com piscina comum", observa Joe Banks, um dos estudantes de PhD envolvidos no projeto, embora reconheça que nem todos os nadadores estejam realmente conquistando resultados positivos com os procedimentos.

Fonte : www.swim.com.br (texto resumido)

Nenhum comentário:

Postar um comentário