O déficit de atenção e a hiperatividade são motivos de muita discussão e polêmicas nos dias de hoje. Neste artigo publicado em abril na revista Pediatrics, é apresentado uma nova visão que pode também trazer boas discussões.
Um estudo que acompanhou crianças diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na idade adulta descobriu que quase 30% delas continuaram a ter TDAH aos 27 anos e, mais da metade, tinha outro transtorno psiquiátrico.
O estudo “Mortalidade, TDAH, e adversidade psicossocial em adultos com TDAH na infância: um estudo prospectivo“, avaliou 232 adultos de Rochester, Minnesota, que foram diagnosticados com TDAH quando crianças. Eles foram comparados aos adultos que fizeram e não obtiveram um diagnóstico de TDAH na infância.
Dos 232 adultos com TDAH na infância, 68 (29,3%) preencheram os critérios para TDAH na idade dos 27 anos. Quase 57% dos adultos inclusos neste quadro tinham outro transtorno psiquiátrico ao ficarem mais velhos. Entre aqueles que não tiveram TDAH quando crianças, 35 % tinham um transtorno psiquiátrico.
A mortalidade por suicídio era quase 5 vezes maior entre os casos de TDAH na infância. Autores do estudo concluem que o TDAH não deve mais ser visto como um distúrbio que afeta, principalmente, o comportamento e a aprendizagem das crianças, mas deve ser vista como uma condição de saúde com implicações ao longo da vida e da necessidade eficaz de tratamento.
Por Dr. José Luiz Setúbal
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