segunda-feira, 23 de abril de 2012

Cientistas Brasileiros criam teste para encontrar crianças que podem ser atletas olímpicos



Pesquisas científicas apontam que quatro de cada dez crianças têm características físicas para ser atleta. Desse grupo, entretanto, só uma de cada cem acaba virando um esportista de ponta, candidato a medalha olímpica. 
Encontrar esse “escolhido” é como achar uma agulha dentro de um palheiro. Além de corpo adequado ao esporte, o atleta de elite reúne características genéticas, psicológicas e sociais difíceis de se identificar, mas que acabam diferenciando-o dos demais.
Apesar de toda essa complexidade, um grupo de cientistas brasileiros vem tentando decifrar o quebra-cabeças que forma um medalhista. Baseados em pesquisas, eles elaboraram um método para encontrar em crianças e jovens as características de um campeão. Agora, querem usá-lo para ajudar na montagem da equipe brasileira já para a Olimpíada do Rio, em 2016.
O método brasileiro para identificação de potenciais atletas de elite é o DTE (Detecção de Talentos Esportivos). Ele foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e outras instituições de ensino. Também colaboram ONGs e técnicos da seleção brasileira de atletismo, como Antônio Carlos Gomes, que acompanha Jadel Gregório, do salto triplo.
O DTE consiste em uma bateria 80 testes, divididos em cinco categorias: físico-motor, biométrico, psicológico, ambiental e genético. Paulo Roberto Ribas, um dos pesquisadores envolvidos na iniciativa, explicou ao UOL que todo o processo dura até um ano. “Fazemos uma avaliação completa das crianças, transformamos o perfil delas em números e jogamos em uma tabela com estatísticas”, disse ele.
A partir disso, crianças e jovens entre 8 e 18 anos têm sua aptidão esportiva detectada e podem ser encaminhadas diretamente para um treinamento específico da modalidade que mais se adequem: ginástica, esportes individuais (natação, atletismo etc); esportes coletivos (futebol e vôlei, por exemplo) ou lutas.
“Fazemos um teste para ver se uma criança tem o que chamamos fibras musculares rápidas, boas para o atletismo”, exemplificou Ribas. “Se ela tem, verificamos se tem um psicológico adequado para treinamento intensivo. Assim, chegamos a um perfil ideal.”
O pesquisador disse que o resultado dos testes não garantem que todos os aprovados serão atletas olímpicos. Variáveis que não podem ser medidas também influenciam nisso.
Entretanto ele diz que o teste dá um direcionamento para as crianças e jovens. Também identifica possíveis deficiências que podem ser sanadas. “Reduzimos o desperdício de talentos”, afirmou.
Ribas e outros pesquisadores, agora, tentam disseminar a metodologia e levá-la a possíveis celeiros de novos atletas. Para isso, montaram um projeto, o Brasil Rumo a 2016, e estão fazendo parcerias com governos e prefeituras para fazer testes com crianças em escolas públicas e centros esportivos.
O projeto tem o apoio de astros do esporte como o atacante Adriano, que gravou um vídeo para o projeto. Também já conseguiu uma parceria com a Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo. A partir de maio, ele começa a avaliar 27 mil crianças da capital paulista.
A meta do Brasil Rumo a 2016 é avaliar 300 mil crianças e jovens. Dessas avaliações, quem sabe, ele pode encontrar um membro da equipe brasileira na Olimpíada do Rio.
Fonte : www.swim.com.br

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