O barulho de um animal acorda o senhor lobo na floresta. Para fugir do lobo, os animais esticam um braço, equilibram-se em uma perna só e até meditam. Nessa história, as crianças fazem o papel dos animais. E não é peça de teatro...
É uma aula de ioga, prática que surgiu na Índia e tem exercícios de corpo e de respiração. As aulas dos adultos costumam ser calmas e silenciosas. Mas a das crianças não. As músicas são agitadas, há jogos, histórias e brincadeiras.
O fato de muitas posturas serem inspiradas em bichos ajuda a prender a atenção. Vamos fazer o surfe do lobo? E a respiração do coelho? Meninos e meninas querem trocar rapidamente de posição, para imitar diferentes animais.
É o caso de Henrico Vieira, 5, que faz duas aulas de ioga por semana. Além dos bichos, adora a postura da árvore, em que fica em pé, com o corpo reto, as mãos para cima e equilibrado em uma perna só.
O professor Maurício Salem, 39, diz que nem todas as posturas são adequadas para crianças. "É preciso respeitar cada idade."
Júlia Ferrari, 10, tinha visto sua mãe praticar ioga na varanda de casa, mas não tinha entendido bem o que era aquilo. Então decidiu entrar em um curso. "Foi mais divertido do que esperava", afirmou, depois de sua primeira aula.
Irmão mais velho de Henrico, Rafael, 9, concorda. "A aula é uma brincadeira."
"As crianças se divertem e aprendem a conhecer o corpo", diz o professor de ioga infantil David Arzel, 39. Para ele, o objetivo é chegar aos cinco minutos finais, em que as crianças se deitam, descansam e tentam se concentrar. Por fim, todos juntam as mãos à frente do corpo, como se fossem rezar, e dizem a palavra que simboliza respeito pelo professor e pelos colegas: "namastê".
Matéria publicada em portal Folha de S. Paulo
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