sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A preocupação com o câncer infantil

O câncer infantil não é uma coisa comum ao ser comparada ao câncer de adultos, ainda bem. No total, ela representa 3% de todos os cânceres, segundo estimativa do INCA para 2008/2009. Mesmo assim, há motivos para se preocupar, pois em países desenvolvidos, o câncer é a segunda causa de morte entre crianças até 14 anos, e perde apenas para os acidentes. O mesmo ocorre no Brasil, sendo que as mortes por meio dela entre pesssoas de até 19 anos é de 8%, ocupando o segundo lugar, atrás somente de causas externas (acidentes, ferimentos, e violências).
A incidência mundial é de mais ou menos 15 a 16 novos casos de câncer infantil para cada 100.000 habitantes. Na cidade de São Paulo, existe um registro de base hospitalar situado na Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP), cuja finalidade é reorganizar o Registro Hospitalar de Câncer do estado e manter um banco de dados de pacientes com câncer de abrangência estadual.
Atualmente, 63 hospitais alimentam a base estadual, sendo 52 deles cadastrados como Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON). Na faixa etária pediátrica (0 a 18 anos), desde o ano de 2000 até junho de 2008, foram registrados 8.768 mil casos, correspondendo a 3,2% do total. Os tipos mais frequentes foram leucemias (25,7%), linfomas (16,3%) e tumores do SNC (12,8%), conforme a FOSP em 2008.
Com a melhoria dos diagnósticos precoces e dos tratamentos, a mortalidade apresentou redução e a cura aumentou. Em São Paulo, a taxa de sobrevida, maior que 5 anos de idade é de 41% para todos os cânceres de crianças até 14 anos, taxa considerada semelhante a de países desenvolvidos.
Os tumores da infância e da juventude são divididos em 12 categorias, sendo que as leucemias representam 35% dos casos e é o grupo mais frequente. Atrás dela estão os tumores do sistema nervoso central e os linfomas, cada um com cerca de 8% a 15% dos casos.
Como podemos ver, trata-se de uma doença grave, mas que, com o diagnóstico precoce e com acompanhamento de oncologistas pediátricos, é possível conseguir bons resultados.
Por Dr José Luiz Setúbal
Fonte: Câncer na criança e no adolescente no Brasil – INCA (2008)

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