Já diziam os antigos: diga-me com quem andas e te direi quem és. Essa lógica também é cabível com relação à atividade física e a obesidade. Parece claro que as crianças ficam muito tempo em frente à TV, não gostam de esportes e possuem amigos com o mesmo perfil.
Vários estudos independentes descobriram que as redes sociais podem estar ligadas à obesidade em adultos e adolescentes, mas o mesmo pode ser dito para as crianças?
No estudo The Distribution of Physical Activity in an Afterschool Friendship Network, da revista Pediatrics de junho 2012, pesquisadores da Universidade Vanderbilt analisaram dados de 81 crianças, de 5 a 12 anos de idade, que participaram do programa de atividades pós-escolares, durante 12 semanas. Essa pesquisa tinha como objetivo examinar se as atividades físicas padrões sofrem influencia de crianças que fazem uso de redes sociais.
Frequencímetros foram utilizados para medir a atividade física e uma pesquisa foi feita por meio da observação do uso das redes sociais por cada criança.
A maior influência sobre a quantidade de crianças com o tempo gasto em atividades moderadas a vigorosas, depois da escola, era equivalente ao nível de atividade dos amigos mais próximos. Aquelas que foram observadas tinham seis vezes mais chances de se ajustar aos níveis de atividade dos colegas do que ao contrário. As crianças não fazem amigos ou terminam as amizades com base na atividade física.
Esses resultados sugerem que os laços de amizade desempenham um papel crítico na criação de padrões relacionados à atividade física entre as crianças de 5 aos 12 anos. Os níveis de atividade delas podem ser aumentados, diminuídos ou estabilizados. Isso depende da qualidade de tempo gasto na rede social. As intervenções têm o potencial de produzir mudanças clinicamente significativas nas práticas de exercícios da criança.
Cabem aos pais e professores estimularem os pequenos a aderirem às atividades físicas em grupos, a fim de aumentar o gosto por elas. A atitude criará vínculos que poderão tirá-los do sofá para aproveitar o ar livre, brincar e diminuir o risco da obesidade.
Por Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: The Distribution of Physical Activity in an Afterschool Friendship Network, in the June 2012 Pediatrics (published online May 28)
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