terça-feira, 28 de maio de 2013

Entrevista com Missy Franklin

A americana Missy Franklin acabou de completar 18 anos e já dispensa apresentações. Melhor nadadora do mundo no ano passado, quando conquistou quatro medalhas de ouro e uma de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, ela também foi indicada ao Laureus, o Oscar do Esporte, como melhor atleta no feminino de 2012, cuja premiação aconteceu em março no Rio de Janeiro. Esse prêmio ela ainda não conseguiu levar – foi conquistado pela britânica Jessica Ennis. Tampouco ela pôde estar presente na cerimônia, impedida pela sua árdua rotina de treinamentos.
Mas certamente ela terá outras oportunidades para conseguir o tão cobiçado troféu. Em parceria com a Laureus, a Swim Channel traz uma entrevista exclusiva com Missy Franklin. Uma parte da entrevista você confere logo abaixo. 
Parabéns pelo ano que teve. 2012 foi o melhor ano de sua vida?
Missy Franklin: 2012 foi um ano que nunca esquecerei. Ter a honra de representar meu país, meu estado, minha escola, meus amigos e minha família foi inacreditável. Colorado passou por uma época difícil, com incêndios devastadores de florestas e um terrível assassinato em massa em um cinema. Nunca conseguirei livrar as vítimas, os familiares e os amigos da dor que sentiram, mas espero que eu tenha os representado bem e tenha os feito sorrir um pouco. Este foi meu objetivo durante os Jogos Olímpicos.
Quais eram suas expecativas quando chegou a Londres?
Missy: Quando eu tinha 12 anos, meu técnico Todd Schmitz e eu fizemos nosso planejamento usual para a temporada. Ele me perguntou quais eram meus objetivos para aquele ano, e eu respondi que queria me classificar para a Seletiva Olímpica Americana. No ano seguinte, me classifiquei par três provas e nadei a seletiva de 2008. Aproveitei cada segundo daquela experiência e sabia que em 2012 eu queria brigar por um lugar na seleção olímpica. Treinei duro todos os dias pensando na Seletiva de 2012. Foi uma honra representar meu país na Olimpíada e usar a bandeira americana na minha touca! Minhas expectativas quando cheguei a Londres era nadar o meu melhor. Sabia que tinha treinado o mais duro que podia e me sentia pronta para competir. Tudo que podemos fazer é nosso melhor. Sabia que se nadasse com o coração todas as vezes que entrasse na piscina, sairia feliz com meus resultados.
Você consegue escolher um momento daquelas duas semanas que você possa dizer que foi o melhor?
Missy: Essa é uma pergunta muito difícil. Gostei de tudo em Londres. Se eu tiver que escolher um momento, diria que o revezamento 4x100m medley, no último dia da natação. Eu estava no revezamento com Rebecca Soni, Dana Vollmer e Allison Schmitt. Todas as equipes na sala de balizamento estavam dançando, cantando e rindo. Sabíamos que seria nossa última prova na Olimpíada. Deixei tudo que tinha na piscina e terminamos com a medalha de ouro e recorde mundial. Foi a maneira perfeita de terminar a competição, com maravilhosas companheiras de time e celebrando com elas uma medalha de ouro para os Estados Unidos.
Você decidiu nadar pela faculdade pelos próximos anos e com isso não receberá prêmios em dinheiro e nem terá patrocínios. Pode falar um pouco sobre essa decisão?
Missy: A decisão de manter meu status de amadora e competir pela high school e pela faculdade não foi fácil. Meus pais e eu conversamos muito nos últimos dois anos e debatemos os prós e contras. Basicamente, tenho apenas 17 anos e não me sinto pronta para encarar a natação como meu trabalho. A equipe é muito importante para mim e gostei muito de ter terminado meu último ano na high school nadando com meus amigos. Também não quero perder a experiência na faculdade de viajar, conviver com outros nadadores e conhecer melhor outras pessoas durante os treinamentos e as competições. Realmente acredito que colegas de equipe podem ser as amigas que se tornarão minhas madrinhas de casamento e madrinhas de meus filhos. Sei que eu poderia ganhar um dinheiro que deixaria minha vida e da minha família mais fácil, mas preciso seguir meu coração e continuar me divertindo com a natação. Acredito que Deus tem seu plano e estou fazendo de tudo para segui-lo da melhor maneira.
Sobre o que Michael Phelps alcançou em sua carreira, o que você pode dizer?
Missy: É quase impossível colocar em palavras o que ele fez pela natação, e não apenas nos Estados Unidos, mas no mundo. Seus feitos são fantásticos. Tenho apenas 17 anos e não posso sequer me imaginar conquistando 22 medalhas olímpicas. É inacreditável! Me sinto abençoada por ter tido a oportunidade de conhecer Michael como amigo nos últimos anos. Ele é um ótimo colega de equipe e sentirei sua falta, não apenas como nadador mas como colega de equipe e amigo.
Você está se tornando um modelo para muitos nadadores jovens. O que acha disso?
Missy: Obrigada por dizer isso! Minha prioridade é ser um modelo não apenas para nadadores mas para jovens atletas de todos os esportes. Deus me deu essa maravilhosa oportunidade e quero deixá-Lo orgulhoso, assim como quero deixar orgulhosos meus amigos, minha família e meus colegas de equipe. Tenho sido muito abençoada e quero usar tudo que posso para inspirar e ajudar as pessoas da melhor maneira possível!
Quem era sua inspiração quando você era mais jovem?
Missy: No esporte, Natalie Coughlin. Ela tem doze medalhas olímpicas e além de ser uma nadadora fantástica, também é uma pessoa humilde com uma ética incrível. Em termos pessoais, minha mãe é minha inspiração. Ela teve uma vida difícil, mas não deixou que nada a segurasse. Ela é médica e deu um tempo na carreira para me ajudar este ano. Minha mãe e eu somos muito próximas e confio nela para tudo.
Fonte: Revista Swim Channel

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