A natação pode ser praticada a partir da primeira infância, sem restrição de idade, ou seja, com poucos meses o bebê já pode se dedicar às atividades na piscina. Essa prática propicia melhoria da disposição geral do sono, apetite, fortalece o tônus muscular, aumenta o perímetro torácico, melhora a capacidade cardiorrespiratória e aumenta a resistência do organismo. Além disso, desenvolve segurança, confiança, sociabilidade, afetividade, prontidão e independência.
Quanto maior o número de estímulos a que se expõe uma criança, maior a capacidade de aprendizado. O desenvolvimento motor favorece o desenvolvimento afetivo e cognitivo. O objetivo das aulas deve ser o de adaptação da criança ao meio líquido, segurança e habilidades básicas, sobrevivência e sustentação. Aprender a flutuar e a respirar debaixo da água foram citadas pela Academia Americana de Pediatria (APP) como elementos que devem ser considerados parte de um plano global de segurança da água, que inclui uma série de precauções (childproofing) em torno de uma piscina no quintal, banheira ou em qualquer lugar onde a água é acessível à criança.
Vale lembrar que elas podem se afogar em apenas uma ou duas polegadas de água. Faz-se necessária as constantes repetições da prática para que o pequeno possa progredir.
Quando bebês, as crianças necessitam do acompanhamento de um adulto. O objetivo das aulas nessa faixa etária é fazer com que haja uma adaptação ao meio líquido, bem como um maior fortalecimento do vinculo mãe-bebê. O meio líquido, familiar a ele por ter permanecido por 9 meses no útero, tem a vantagem de ser propício aos estímulos de forma mais global, equilibrada e fácil pela menor ação da gravidade. Isso facilita o desenvolvimento integral do pequenino, unindo os aspectos físico, psíquico, emocional e neuromotor.
As aulas para bebês devem ter no máximo 30 minutos de duração, sempre supervisionado por um profissional da área de Educação Física. A piscina deve ser levemente aquecida, com temperatura na faixa dos 30\32 graus. O uso de objetos de diferentes tamanhos e texturas é extremamente motivador nessa faixa etária.
A partir dos 4 anos de idade, as crianças podem entrar nas aulas propriamente ditas, que devem ter entre 30 e 45 minutos de duração e caráter lúdico. Por meio das brincadeiras, a criança consegue familiarizar-se com o meio aquático e criar o gosto pela natação. Ela só vai entrar em contato com as primeiras técnicas de nado por volta dos 5\6 anos, sem a preocupação de refinamento.
É preciso ganhar gosto por essa prática esportiva e obrigar as crianças a competirem nessa faixa etária é propiciar as mesmas a perderem a vontade e a motivação pelo esporte. Segundo a APP, 75% dos pequenos obrigados a fazer esportes de que não gostam, até os 15 anos, param de praticar e ficam sedentárias.
Os cuidados ficam por conta da evolução que, inicialmente, é feita de maneira lúdica, com alguma técnica, para só depois partir para o treinamento propriamente dito. O ideal é que as crianças só comecem a participar de competições a partir dos 9 anos. Nessa faixa etária, as aulas já têm entre 45 e 60 minutos de duração. O volume de treino deve ser adequado à idade e aos níveis de desempenho de cada um.
Orientações aos pais:
– Escolher um programa que enfatize a segurança acima de qualquer aprendizagem específica dos estilos da natação;
– Observar se as aulas são ministradas por profissionais da área em pequenos grupos e com o mínimo de distrações;
– Praticar os movimentos aprendidos durante todo o ano e não somente nos meses de calor (verão);
– Encontrar aulas com programas específicos para a idade de seu filho. Aulas para crianças de 8 anos são totalmente diferentes de aulas para crianças de 2 anos;
– Verificar as características de segurança do local, que devem ser adequadas para as crianças.
É importante que os pais, ao matricular seus filhos nas aulas de natação, não o façam com o intuito de formarem campeões, mas sim com o objetivo de tornar o hábito saudável, que desperte o interesse e o gosto pelo esporte. Lembremos que a maior e mais valiosa medalha é a saúde da criança!
Texto de : Maria Helena S. Castro
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