Bullying parece ser a palavra da moda, pois volta e meia a vejo associada a uma série de eventos que, na maioria das vezes, acredito que não deveria ser aplicada. Lendo a revista Pediatrics de janeiro, me deparei com um artigo que relacionava alergia alimentar e bullying. O estudo agrupa os relatos de pais de crianças com alergia alimentar e o bullying sofrido por elas.
Sendo uma doença comum (cerca de 8% das crianças americanas), a alergia alimentar é muito estudada, principalmente sobre o aspecto médico e nutricional. Por isso, essa abordagem psicológica é interessante.
Os pesquisadores entrevistaram 251 pais e cuidadores de crianças para ver se elas sofreram o bullying relacionado às suas alergias alimentares. Os resultados mostraram que 31,5% delas relataram intimidação e ameaças que envolviam, frequentemente, os alimentos que elas não podiam ingerir. Aquelas que apontaram intimidação tiveram maior estresse e, consequentemente, níveis mais baixos de qualidade de vida.
Dos entrevistados, cerca da metade dos pais relataram estar cientes do bullying sofridos pelos filhos. As crianças cujos responsáveis estavam cientes desse quadro tinham menos estresse e maior qualidade de vida que aquelas cujos os responsáveis não sabiam do problema.
Os autores enfatizam que é importante que os pais e pediatras das crianças com alergia alimentar se informem sobre bullying para reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida delas.
Texto do Dr. José Luiz Setúbal
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