Uma das doenças que mais preocupa é o espectro autista que parece aumentar no mundo e não é muito conhecido pelos pais e até mesmo pelos médicos.
Curiosamente, os pais de crianças com Transtornos do Espectro Autista (ASD) relatam que, muitas vezes, os filhos se colocam em perigo por vaguear ou “fugir”. Pela primeira vez, um estudo determinou a frequência desses episódios nos pequenos com ASD e do impacto sobre eles e suas famílias.
O estudo Occurrence and Family Impact of Elopement in Children with Autism Spectrum Disorders, da revista Pediatrics, foi financiado por várias organizações de defesa ao autismo, liderado e conduzido pela Rede Autismo Interativo do Instituto Kennedy Krieger nos EUA.
Pesquisadores entrevistaram 1.367 mil famílias com crianças entre as idades de 4 e 17 anos com diagnóstico de ASD. Quase metade (49%) das famílias relatou que o filho tinha tentado fugir pelo menos uma vez depois dos 4 anos de idade e muitas crianças desapareceram tempo suficiente para causar preocupação.
A severidade maior do autismo foi associada ao risco e aumento de fuga. Crianças fugiram, mais comumente, de casa, de uma loja ou da sala de aula. Quase metade dos pais afirmou que esse impasse teve foco na intenção de ir a algum lugar ou fazer algo, pois os filhos estavam confusos ou perdidos. Infelizmente, isso pode causar lesões por acidentes de trânsito ou afogamento, entre outras calamidades. Foi confirmado até a presença da polícia em mais de um terço dos casos.
Dos pais cujos filhos tinham fugido, 43% disseram que a questão impedia os membros da família dormir com tranquilidade e 62% que as preocupações não permitiu que eles desfrutassem atividades fora de casa. Para 56%, a fuga era um dos comportamentos mais estressantes que tiveram que lidar como cuidadores de uma criança com ASD e metade não recebeu nenhuma orientação sobre como prevenir ou tratar esse comportamento.
Até que mais pesquisas possam ser realizadas para o desenvolvimento de intervenções que resolvam a fuga, os autores do estudo esperam que os resultados possam informar as famílias, médicos, educadores, policiais e socorristas a maneira de lidar com crianças e adolescentes autistas.
Por : Dr. José Luiz Setubal (texto adaptado)
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