quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Excesso de Sal aumenta os riscos de obesidade infantil

Não é novidade que consumir sal em excesso é prejudicial à saúde de adultos e crianças. Mas uma pesquisa realizada na Austrália e publicada no revista científica Pediatrics faz um novo alerta aos pais: o sal pode ser um gatilho para a obesidade infantil. Isso porque, para matar a sede após fazer uma refeição salgada, as crianças tendem a consumir bebidas doces em vez de água.
Os pesquisadores rastrearam dois dias da dieta de 4.283 crianças australianas com idades entre 2 e 16 anos para examinar a relação entre o sal e as bebidas doces. Cerca de 62% das crianças revelaram que bebiam regularmente líquidos açucarados, como refrigerantes, águas minerais com sabor, isotônicos e bebidas à base de frutas. E, em média, consumiam 6g de sal por dia, quando o indicado é de no máximo 5g, dependendo da idade.
Os autores do estudo calcularam que, para cada grama de sal consumido por aquelas crianças, elas também tomaram 17g de bebidas açucaradas, e os participantes que consumiram mais que uma unidade de bebidas doces tiveram 26% mais chances de ganhar sobrepeso ou de se tornarem obesos.
“Eu analisaria isso como um conjunto de fatores da alimentação pouco saudável. Muito sal e muita bebida doce. Não necessariamente um leva ao outro, mas os dois andam juntos, fazem parte do mesmo quadro”, opina o pediatra e nutrólogo Fabio Ancona Lopez, da Universidade Federal de São Paulo.
“Atualmente, entre as causas da obesidade infantil, estão o consumo de comida industrializada, com excesso de sal, e de bebidas açucaradas. É uma cadeia complexa de alimentação não saudável que uma parte da população consome”, acrescenta o especialista. 
De acordo com Lopez, esta é uma tendência mundial, que já faz parte do cotidiano dos brasileiros. E os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam: o brasileiro consome 12 gramas diários de sódio, índice que ultrapassa o dobro do limite máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Para tentar modificar esse quadro, o Ministério da Saúde e as indústrias de alimentos fecharam um acordo em 2012. A proposta é reduzir o percentual de sódio de alimentos industrializados, entre eles os caldos, temperos, pastas, arroz, margarina vegetal e cereais matinais. A meta é retirar 25 mil toneladas de sódio da mesa do brasileiro até 2020, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia).
Fonte : Revista Crescer

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