O salto terá de ser agressivo, sim, mas não maior do que as pernas. É assim que Comitê Olímpico Brasileiro (COB) encara o desafio de sair do 22º lugar para o top 10 do quadro de medalhas nos Jogos do Rio, em 2016. A três anos exatos da cerimônia de abertura do evento, o plano estratégico que começou a ser desenhado em 2009 continua o mesmo. Para entrar no grupo dos países que costumam faturar entre 25 e 32 medalhas, o Brasil precisará subir ao pódio em 13 modalidades. O COB vê o trabalho num bom caminho, e o superintendente executivo de esportes, Marcus Vinícius Freire, diz que a corrida é contra o tempo.
A três anos dos Jogos do Rio, jovens talentos do Brasil mostram sua cara
- O que falta agora é tranquilidade. Temos recursos, equipe, conhecimento e uma relação muito boa entre todas as áreas do esporte brasileiro. Antes, Ministério, clubes, confederações e COB faziam ações diferentes. Hoje nós coordenamos as ações. Sozinho não tem como fazer o top 10. Patinamos um pouco para fazer a engrenagem rodar porque era uma novidade para nós, mas aí a coisa caminhou. São 1.096 dias de detalhes, com tensão todos os dias. Mas não tenho medo de pressão, não. É uma adrenalina boa. Em 2016, o Brasil terá a oportunidade de se posicionar no quadro esportivo. Temos uma meta agressiva, e pelo trabalho de todos os agentes merecemos o top 10. Ele virá por mérito - disse o dirigente.
Para atingir o objetivo, a entidade está investindo em ciência, treinadores estrangeiros e equipes multidisciplinares. Fez uma lista com 136 atletas, que estão divididos em cinco categorias: top 3, top 10, top 20, voltando de contusão e jovem promessa. O COB também olha com atenção para os campeonatos mundiais sub-23 e sub-21 para pinçar potenciais medalhistas olímpicos, além de observar esportes como ginástica artística, canoagem e maratonas aquáticas que distribuem um bom número de medalhas. Vôlei, vela, judô, natação, vôlei de praia, futebol e atletismo continuam a ser os carros-chefes. Entre os possíveis ouros, dois nos gramados e dois conquistados pelos times de Bernardinho e José Roberto Guimarães são vistos como grandes esperanças.
De acordo com o COB, a projeção para o quadriênio, com o financiamento de todos os agentes, está dividida da seguinte forma: Lei Agnelo-Piva (R$ 720 milhões), Plano Brasil Medalha (R$ 600 milhões para apoio aos atletas), patrocínios do COB (R$ 100 milhões) e confederações (R$ 300 milhões). Nunca houve tanto dinheiro para a preparação.
- A diferença entre os casos da Austrália, China e do Reino Unido é que, antes dos Jogos em casa, já havia um investimento a longo prazo feito em vários quadriênios. As pessoas agora falam assim: "Ah, tem dinheiro, agora é mole ganhar medalha". Acho que se mantivermos o investimento por 12 anos, com certeza em 2024 vamos brigar com a turma das 40 medalhas. Temos que olhar para 2016, mas também para 2024 com a meta de mantermos o Brasil entre as potências olímpicas. Sempre me perguntam sobre legado. O maior legado, além do físico, é a nossa autoestima. Deixamos de ser o cachorro vira-lata. Hoje nós podemos.
Fonte:globoesporte
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